O PAPEL DA CONSULTORIA AMBIENTAL DA REDUÇÃO DO CONSUMO HÍDRICO NA MINERAÇÃO

Na fase de processamento mineral, a água desempenha um papel fundamental, sendo utilizada em processos como flotação, lavagem do minério e preparação de reagentes. Além dessas etapas, é essencial para o transporte de minério, supressão de poeira, limpeza de equipamentos e consumo humano. No entanto, o uso intensivo desse recurso impõe desafios ambientais e econômicos, exigindo uma gestão eficiente para garantir sustentabilidade e viabilidade operacional.

O impacto do consumo hídrico na mineração e sua evolução

Desta forma, em países como Austrália, Chile e África do Sul, a mineração representa entre 2,0% e 4,0% da demanda nacional de água. No Brasil, a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) indicou que, em 2020, aproximadamente 2% do consumo nacional de água estava relacionado à indústria mineral. A maior parcela desse consumo (59%) foi atribuída à mineração de ferro, seguida por outros metais não ferrosos (19%), não metálicos (18%) e carvão (8%). No entanto, a crescente preocupação com a pegada hídrica tem levado as empresas do setor a adotarem medidas para reduzir seu impacto ambiental e atender às exigências regulatórias e de mercado.

Como a consultoria ambiental auxilia na gestão eficiente da água?

A consultoria ambiental tem um papel essencial nesse contexto, auxiliando as empresas mineradoras na implementação de estratégias para a gestão eficiente dos recursos hídricos. Com expertise técnica, as consultorias avaliam o ciclo da água na operação, identificam oportunidades para redução do consumo e propõem soluções inovadoras, como o reúso e reciclagem da água nos processos produtivos, bem como realizam monitoramento de qualidade e eficiências de tratamentos de estações de água e efluentes (ETAs e ETEs). Além disso, as empresas consultivas assessoram no cumprimento das regulamentações ambientais, contribuindo para a obtenção de licenças e certificações sustentáveis.

Assim, o consumo de água pela mineração no Brasil reduziu de 2,0% em 2020 para 1,6% do total extraído da natureza em 2022. Essa diminuição pode estar associada a diversos fatores, incluindo a adoção de novas tecnologias, a implementação de processos mais eficientes e o aumento da conscientização ambiental. As empresas que investem em uma gestão hídrica adequada não apenas reduzem custos operacionais, mas também fortalecem sua reputação perante consumidores e investidores que valorizam práticas sustentáveis.

A importância da gestão hídrica para a sustentabilidade na mineração

Contudo, a pressão por uma utilização mais racional da água tem se intensificado à medida que a escassez hídrica se agrava devido às mudanças climáticas. Como resposta, indústrias mineradoras têm buscado cada vez mais a consultoria ambiental para aprimorar suas práticas, garantindo não apenas a conformidade legal, mas também um diferencial competitivo no mercado global. A gestão eficiente da água está alinhada com os Sustainable Development Goals (SDGs), especialmente o ODS 6, que trata da disponibilidade e gestão sustentável da água e saneamento, e o ODS 12, que incentiva padrões sustentáveis de consumo e produção.

Dessa forma, a atuação da consultoria ambiental, como a Clam, se torna indispensável para impulsionar a mineração rumo a um modelo de operação mais sustentável e resiliente.

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