Heisteria jacq. (olacaceae) na amazônia brasileira

RESUMO

Heisteria Jacq. é um gênero neotropical com 35 espécies e centro de diversidade localizado na Bacia Amazônica. São árvores ou arbustos, raramente lianas, dioicas, com flores diminutas, internamente pubescentes ou não, com 10 ou mais raramente cico estames e cálice frutífero acrescente. A última revisão do gênero foi realizada em 1984. A taxonomia de Heisteria ainda apresenta lacunas, como a ausência de ilustrações da maioria das espécies e comentários sobre afinidade entre elas, bem como uma chave de identificação não eficiente. Este trabalho propôs um estudo taxonômico das espécies de Heisteria que ocorrem na Amazônia brasileira. São apresentadas 16 espécies: H. acuminata, H. amazonica, H. amphoricarpa, H. barbata, H. cauliflora, H. densifrons, H. duckei, H. huberiana, H. laxiflora, H. maguirei, H. maytenoides, H. nitida, H. ovata, H. pentandra, H. scandens e H. spruceana. Neste trabalho é proposta a sinonimização de H. insculpta em H. cauliflora. Também são propostas lectotipificações para cinco nomes: H. acuminata, H. maytenoides, H. nitida, H. ovata, H. pentandra e H. spruceana. Das espécies listadas para a Amazônia brasileira, 13 são restritas ao bioma e destas, três são restritas ao País. Heisteria maytenoides é novo registro para a Amazônia brasileira e para o Brasil. Demais novas ocorrências: H. acuminata e H. cauliflora para o Amapá; H. duckei para o Pará; H. huberiana para o Amazonas, Rondônia e Tocantins; H. laxiflora para a Bahia, Mato Grosso e Sergipe; H. maguirei e H. maytenoides para o Amazonas; H. nitida para o Pará; H. ovata para o Distrito Federal e Roraima; e H. spruceana para o Amapá,
Pará e Tocantins. Um histórico taxonômico do gênero, informações sobre sua morfologia, bem como chave de identificação, estado de conservação preliminar, descrições, ilustrações e informações sobre a biologia de cada espécie são apresentados.

Palavras-chave: Olacineae, flora amazônica, taxonomia

INTRODUÇÃO

Heisteria Jacq. é o gênero mais importante da família Olacaceae em termos de número de espécies, posicionado em Anacolosoideae, na tribo Heisterieae, com 35 espécies com nomes corretos, a maioria delas distribuídas em sub-bosques de matas de baixas altitudes das Américas Central e do Sul (Sleumer, 1984; The Plant List, 2019; Tropicos, 2019). No Brasil, ocorrem 21 representantes (sete são endêmicos do País) distribuídos em todas as regiões. Na Amazônia há registro de ocorrência de 16 espécies (ca. 85% do total das espécies brasileiras), sendo o estado do Amazonas o centro de diversidade, com 13 táxons registrados [BFG, 2018; Flora do Brasil, 2020 (em construção)].

Embora a família não seja monofilética, estudos filogenéticos em Heisteria (Malécot et al., 2004; Malécot & Nickrent, 2008), baseados em caracteres morfológicos e moleculares, revelam o monofiletismo desse gênero.

Acesse o artigo completo gratuitamente:

Autor

Outros Artigos

Pressões humanas e impactos na dinâmica erosivo deposicional do alto rio das Velhas: análise comparativa entre as bacias do rio Maracujá e ribeirão do Mango

RESUMO As sub-bacias do Rio Maracujá e Ribeirão do Mango são contíguas e se situam na porção sul do alto Rio das Velhas, em parte coincidente com o Quadrilátero Ferrífero. O presente trabalho tem como objetivo geral comparar a dinâmica erosivo-deposicional das bacias do Rio Maracujá e Ribeirão do Mango. A partir de níveis e […]

Protocolo para avaliação da qualidade sanitária e ambiental em balneários de águas doces no Brasil

RESUMO A utilização das águas para a recreação consiste em um dos usos mais nobres dos recursos hídricos, dada a sua importância histórica à sociedade, bem como alternativa de lazer em meio natural. Entretanto, o monitoramento em águas doces é escasso, além apresentar uma legislação desatualizada, cuja metodologia não considera e/ou estabelece padrões para outros […]

Abordagem metodológica da geodiversidade e temas correlatos em Geossistemas Ferruginosos

Resumo Os estudos relacionados à geodiversidade, geoconservação, geoturismo e geopatrimônio buscam compreender a Terra a partir de uma visão holística, associado a teoria de Gaia, onde os elementos bióticos e abióticos constituem um sistema dinâmico e integrado. O prefixo geo surgiu na década de 1990 com intuito de uma abordagem sistêmica para os ecossistemas terrestres, […]