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PEIXES DO VELHO CHICO: FRAGMENTOS DE UMA ICTIOFAUNA BRASILEIRA

  • July 21, 2025

A importância dos peixes na bacia do rio São Francisco

Os peixes são componentes essenciais dos ecossistemas aquáticos, participando ativamente do aporte e da ciclagem de nutrientes, contribuindo para a manutenção da qualidade ambiental. Além de seu papel ecológico, representam uma importante fonte de proteína para diversas populações humanas. No rio São Francisco, os peixes encontrados possuem uma elevada diversidade e interagem de formas diversas com o homem. Falaremos abaixo um pouco mais dos peixes desta icônica e importante bacia brasileira.  

Diversidade da ictiofauna do Velho Chico: riqueza histórica e biológica

A bacia do rio São Francisco, popularmente conhecida como “Velho Chico”, é uma drenagem inteiramente brasileira, com uma área de aproximadamente 638.576 km², o que representa cerca de 8% do território nacional.

A ictiofauna da bacia apresenta uma extraordinária diversidade, com elevada taxa de endemismo, ou seja, muitas espécies são exclusivas dessa bacia e não ocorrem naturalmente em outras drenagens. Pesquisadores já identificaram cerca de 244 espécies de peixes entre a nascente do rio São Francisco, em Minas Gerais, e a foz na divisa dos estados de Alagoas e Sergipe.

Imagem feita por Iago Penido – Hypostomus aff. affinis, conhecido como cascudo, um dos representantes da diversidade morfológica do Velho Chico.

Os peixes dessa bacia estão entre os primeiros a serem documentados na região Neotropical. Já no século XVII, os naturalistas holandeses Guilherme Piso e George Marcgrave registraram parte da fauna do Brasil Holandês (região que atualmente corresponde a parte do Nordeste brasileiro), incluindo alguns peixes provenientes do rio São Francisco.

Durante o século XIX, diversas expedições de naturalistas europeus exploraram a bacia do São Francisco, coletando e descrevendo vários peixes da região. Entre as contribuições históricas mais relevantes, destaca-se o trabalho do naturalista dinamarquês Christian Frederik Lütken, que dedicou esforços ao estudo da ictiofauna do rio das Velhas. Sua monografia, intitulada “Velhas-Flodens Fiske” (Peixes do rio das Velhas), foi a primeira a realizar uma análise detalhada da fauna de peixes de uma sub-bacia neotropical.

Lütken registrou 55 espécies para o rio das Velhas, o maior afluente do rio São Francisco, incluindo algumas espécies raras e de importância comercial. Os registros históricos fornecem valiosas informações sobre ambientes aquáticos ainda conservados, permitindo comparar, ao longo do tempo e do espaço, as comunidades de peixes da bacia. No trecho mineiro do São Francisco, pesquisadores já identificaram cerca de 175 espécies nativas.

A diversidade morfológica da ictiofauna do Velho Chico é notável: desde os peixes de escamas com corpos fusiformes, passando pelos sarapós (Eigenmannia spp., Gymnotus carapo), com corpo comprimido e alongado, até o muçum (Synbranchus marmoratus), frequentemente confundido com uma serpente. Destacam-se ainda o intrigante peixe-banjo (Bunocephalus minerim), com sua forma peculiar, e os cascudos (Hypostomus spp.), com o corpo recoberto por placas ósseas que funcionam como uma verdadeira armadura. A diversidade de peixes da bacia do rio São Francisco continua a impressionar, despertando o fascínio de pesquisadores e da população em geral, desde os tempos remotos de Piso e Marcgrave até os dias atuais.

Imagem feita por Iago Penido – Hypostomus aff. affinis, conhecido como cascudo, um dos representantes da diversidade morfológica do Velho Chico.

A pesca no rio São Francisco e sua importância social e econômica

As informações sobre a estrutura pesqueira na bacia do rio São Francisco ainda são escassas. Em consequência, pouco se sabe sobre o estado dos estoques de peixes ao longo da bacia, especialmente no estado de Minas Gerais, que abriga os principais afluentes do São Francisco. Os peixes desempenham um papel importante como fonte de proteína para comunidades ribeirinhas, além de o pescado abastecer diversas cidades adjacentes.

No rio São Francisco, espécies de grande porte como o surubim (Pseudoplatystoma corruscans), o dourado (Salminus franciscanus) e a matrinxã (Brycon orthotaenia) são amplamente cobiçadas tanto na pesca amadora quanto na pesca artesanal.

Imagem feita por Iago Penido – Franciscodoras marmoratus, peixe nativo da bacia e alvo da pesca artesanal e esportiva.

Além dessas, espécies como a curimatã-pacu (Prochilodus argenteus), a curimatã-pioa (Prochilodus costatus) e os mandis (Pimelodus spp.) também possuem grande demanda entre os pescadores, estando presentes em pratos culinários típicos da região. Destaca-se ainda a forte procura pelo mercado de iscas vivas utilizadas na pesca esportiva, no qual o sarapó e o piau-três-pintas (Gymnotus gr. carapo and Leporinus piau, respectivamente) se sobressaem como espécies preferenciais para essa finalidade.

Como mencionado anteriormente, a pesca exerce forte influência na bacia do rio São Francisco, seja como fonte de subsistência e renda para pescadores artesanais, seja como vetor de desenvolvimento de atividades comerciais em cidades que atraem pescadores amadores de diferentes regiões do Brasil. A redução dos estoques pesqueiros, decorrente de diversas atividades antrópicas, representa uma das principais ameaças à pesca em águas interiores brasileiras.

Considerando a importância dos peixes tanto para a alimentação quanto para atividades recreativas, a conservação da ictiofauna do rio São Francisco tornou-se uma pauta recorrente e amplamente apoiada por grande parte da população.

Principais ameaças à ictiofauna do São Francisco

As modificações na paisagem causadas pelo homem ao longo do rio São Francisco exercem pressões significativas sobre os peixes nativos da bacia. A presença de barramentos é um importante vetor de alteração da paisagem, afetando de forma substancial os estoques de peixes locais. Esses empreendimentos isolam populações, interrompem o fluxo migratório de espécies que percorrem grandes distâncias para se reproduzir e provocam mudanças nos regimes de vazão, alterando os habitats naturais e a qualidade da água.

O despejo de efluentes não tratados na bacia também compromete severamente a qualidade da água, podendo ocasionar mortandade de peixes, contaminação por metais pesados e desaparecimento local de espécies. A bacia do rio São Francisco drena um dos maiores conglomerados urbanos do Brasil: a Região Metropolitana de Belo Horizonte, que abriga cerca de 5 milhões de habitantes e concentra intensa atividade econômica.

Grande parte dos efluentes domésticos e industriais gerados na região é lançada nos rios Paraopeba e das Velhas, dois dos principais afluentes da bacia do rio São Francisco, que abrigam elevada diversidade e abundância de peixes.

Adicionalmente, o rompimento de barragens trouxe um novo vetor de ameaça à ictiofauna da bacia. Milhões de metros cúbicos de rejeitos foram despejados em rios de MG, provocando mortandade de peixes, perda de habitat e alterações drásticas na qualidade da água. Diversas barragens de rejeitos foram construídas ao longo da bacia, especialmente no trecho alto, com a finalidade de armazenamento de resíduos da mineração. Embora avanços recentes em pesquisas tenham contribuído para a compreensão dos impactos do rompimento de barragens sobre o ambiente aquático, ainda se sabe pouco sobre os efeitos diretos desses eventos nas populações de peixes. Esse panorama ressalta a importância da constante vigilância e do monitoramento dessas estruturas, com o objetivo de prevenir outros desastres.

Por fim, uma ameaça silenciosa, mas de grande impacto, são as espécies exóticas. A introdução de peixes não nativos desestrutura os ecossistemas aquáticos, gerando competição por recursos, disseminação de parasitas e doenças, predação de espécies nativas e hibridização. Esses fatores podem reduzir significativamente os estoques de peixes nativos da bacia e, em casos mais severos, levar à extinção local de espécies. Os principais vetores de introdução de espécies exóticas são os peixamentos, a soltura de peixes criados em aquários e o escape de peixes em tanques de psicultura. Ainda, projetos de transposição de rios podem causar a introdução de espécies na bacia, uma vez que espécies que ocorrem naturalmente em uma outra bacia pode se dispersar na drenagem receptora.

Na década de sessenta, na região centro-oeste do estado, como parte das obras para construção da hidroelétrica de Furnas, o rio Piumhi que originalmente era um afluente do rio Grande foi desviado para a bacia do rio São Francisco, causando introdução de espécies e hibridização em alguns peixes. Este processo pode ter ocasionado impactos na composição de peixes na porção alta da bacia do rio São Francisco.

A bacia do rio São Francisco ainda é alvo de interesse de empreendimentos de transposições. Por exemplo, o projeto de lei n° 6569/2013 pretende transpor águas do rio Tocantins para o rio São Francisco, no trecho médio da bacia no estado da Bahia. A instalação desses projetos pode causar impactos significativos sobre a ictiofauna do rio São Francisco, e precisam ser acompanhados de perto todos os danos associados e ações de mitigação necessárias.

Perspectivas e conservação dos peixes do Velho Chico

Os peixes interagem com os seres humanos sob diversas perspectivas, prestando serviços ecossistêmicos essenciais. Além disso, são componentes fundamentais dos ecossistemas aquáticos, desempenhando papéis ecológicos chave, como controle de populações, ciclagem de nutrientes e sustentação de cadeias alimentares. No entanto, esses animais sofrem múltiplas pressões e ameaças na bacia do rio São Francisco. Medidas de proteção e mitigação voltadas à ictiofauna da bacia são urgentemente necessárias, frente aos impactos aos quais as espécies estão expostas.

Muito ainda precisa ser conhecido sobre os peixes da bacia, como, por exemplo, a dinâmica reprodutiva das espécies, seus padrões de deslocamento ao longo do rio e hábitos alimentares. Mesmo sendo uma das primeiras bacias hidrográficas brasileiras alvo de estudos sistemáticos sobre a diversidade de peixes, o rio São Francisco ainda guarda muitos mistérios sobre sua ictiofauna. Nos últimos cinco anos, pesquisadores descreveram cientificamente sete novas espécies na bacia, comprovando que o conhecimento sobre os peixes do Velho Chico continua em evolução.

Imagem feita por Iago Penido – Phenacogaster franciscoensis, espécie do rio São Francisco.

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