As empresas, cada vez mais, estão aderindo à prática de reportar suas ações de sustentabilidade anuais, além disso já ser uma cobrança para àquelas que possuem capital aberto na bolsa, a exemplo do ISE (índice de Sustentabilidade Empresarial) da B3[1].
Porém, vale frisar a importância de as empresas reportarem suas práticas de forma ética, transparente e verídica. Os Reports de Sustentabilidade servem para as organizações demonstrarem para os seus stakeholders (colaboradores, clientes, fornecedores, investidores, acionistas, comunidade etc.) suas iniciativas desenvolvidas durante o ano, incluindo as ações diante dos Pilares do ESG. Os Reports Globais de Sustentabilidade levam em conta as ações que as empresas realizaram de 01 de janeiro a 31 de dezembro de cada ano, e deve ser publicado com periodicidade anual.
Importância dos Reports de Sustentabilidade
Os relatórios são ferramentas fundamentais para comunicação, mas também servem como gestão interna da empresa, como forma de verificar e planejar avanços, desenvolver estratégias a longo prazo e mostrar para as partes interessas o que a empresa pretende realizar no curto/médio prazo.
Tipos de Relatórios: Performance ESG e Relatório de Sustentabilidade
Vamos tratar sobre as duas formas de realizar o Report, iniciando pelo mais simples, o ‘’Relatório de Performance ESG’’. Para esse tipo de relato, as empresas não têm a obrigatoriedade de seguir uma metodologia, podem até se basear em algumas, seguindo a exemplo a GRI (Global Reporting Iniciative). Essa é uma forma mais simples e ‘’livre’’ para as empresas demonstrarem para o mercado suas ações do ano, sendo uma excelente forma de iniciar a jornada frente a esse report, para aquelas empresas que nunca publicaram relatórios.
Agora, uma forma mais robusta é o ‘’Relatório de Sustentabilidade’’. Como mencionamos anteriormente, empresas que possuem capital aberto na bolsa, têm a obrigatoriedade de realizar esse relato, mas não se limita apenas para essas empresas. Dessa forma, qualquer empresa que esteja em um nível mais maduro pode utilizar essas metodologias.
Padrões e Metodologias Internacionais
Uma das práticas mais conhecidas, sendo a melhor forma de relato, é a GRI (Global Reporting Initiative). Vale dizer que a GRI[2] é uma organização internacional de padrões independentes, que ajuda empresas, governos e outras organizações a compreender e comunicar os seus impactos ambientais, sociais e de governança corporativa. Além disso, possui os padrões de relatórios de sustentabilidade mais utilizados no mundo, que abrangem tópicos que vão da biodiversidade aos impostos, dos resíduos às emissões, da diversidade e igualdade à saúde e segurança dos colaboradores.
Além disso, empresas que relatarem suas ações através do Relatório de Sustentabilidade, têm a obrigatoriedade de realizar sua materialidade, conforme prevê o GRI 3 (Temas materiais).
Não podemos esquecer de mencionar sobre as outras metodologias existentes, como SASB (Sustainability Accounting Standards Board), TCFD (Task Force on Climate Related Financial Disclosures) e outras.
Novas Regras Contábeis ESG no Brasil
Agora, algo novo e que as empresas precisam ficar ligadas, é sobre a nova regra contábil ESG brasileira. A partir do ano de 2026, será exigido, para as empresas de capital aberto nacionais, o report obrigatório sobre riscos climáticos e práticas ESG, juntamente às suas demonstrações financeiras, conforme dispõe a Resolução 193 da CVM (Comissão de Valores Mobiliários).
Em 2023 o ISSB (International Sustainability Standards Board) publicou as primeiras normas sobre as novas regras, que são a IFRS S1 e a IFRS S2:
– O IFRS S1 trata sobre divulgações de sustentabilidade de maneira geral, como estratégia, governança, riscos, oportunidades, desempenho e metas ESG.
– A IFRS S2 dispõe sobre as divulgações relacionadas às questões climáticas, seguindo as diretrizes do TCFC (Task Force on Climate Related Financial Disclosures), como ações voltadas para emissões, adaptação climática e resiliência.
Sendo assim, esta é uma ótima oportunidade para empresas que desejam abrir capital na bolsa se adequarem a todas essas novidades, já iniciando seus relatos de sustentabilidade.
Concluímos que as práticas de relato estão se tornando cada vez mais estratégicas para as empresas, ajudando-as a identificarem e reduzir seus riscos, buscar novas oportunidades, além de demonstrar transparência para o mercado e as partes interessadas.
[1] https://iseb3.com.br/
[2] https://www.globalreporting.org/