O Sistema de Gestão Integrado – SGI, é a forma mais estratégica de se fazer a gestão da qualidade (ISO 9001), do Meio Ambiente (ISO 14001), da Saúde e Segurança dos Colaboradores (ISO45001) e da Responsabilidade Social (Diretrizes ISO 26000, Requisitos SA8000 e NBR 16001) e outras Normas relacionadas às mais diversas áreas.
Já o ESG, refere-se a critérios ambientais, sociais e de governança, que a organização demonstra para seus investidores e partes interessadas como forma de avaliar seu desempenho corporativo e aspectos financeiros. A partir daí, já entendemos que ambas as siglas de três letras, ESG e SGI, andam juntas. Ou seja, ao implementar um sistema de gestão integrado, certamente, facilitará a implantação do conceito ESG, nas estratégias do negócio.
Isso porque, para que uma organização saiba o seu nível de maturidade em relação às práticas ambientais, sociais e de governança, será necessária uma anamnese profunda, podendo ser através de um Diagnóstico 360º, ou mesmo por meio do processo da Materialidade.
Implementação de Normas ISO e a Análise ESG
Por sua vez, ao implementar os requisitos das Normas ISO, a organização passa por etapas importantes de adequação dos processos, como o desenvolvimento de uma Política de Gestão Integrada, mapeamento dos processos com a estruturação de procedimentos, e análise e sistematização profunda destes em relação não só à qualidade dos produtos e serviços, como a forma ambientalmente correta, segura e saudável de suas atividades. Além do cumprimento legal de normas Federais, Estaduais e Municipais, específicas do negócio. Tais etapas enriquecerão o Diagnóstico 360º e a Materialidade, demonstrando que o ciclo PDCA (Planejar, Desenvolver, Checar e Avaliar) é perene em qualquer fase estratégica dos negócios
A própria ISO reconhece essa sinergia, ao lançar a PR2030 em 2022, uma Prática Recomendada, traduzida pela ABNT, que alinha os princípios, conceitos, diretrizes e passos necessários para a implementação do Conceito ESG, propondo critérios Ambientais, Sociais e de Governança, que servem como ponto de partida para as organizações. No entanto, por ser apenas uma Prática Recomendada, não é uma norma certificável.
Válido pontuar que cada um dos Pilares do ESG, se destinam a assuntos relevantes, tal como exemplificados abaixo:
E – ENVIRONMENT (MEIO AMBIENTE)
Refere-se às preocupações ambientais que a organização deve ter. Por exemplo, como minimiza o impacto ambiental e participa de iniciativas para redução do aquecimento global, emissão de gases causadores do efeito estufa, aumento da eficiência energética, melhoria da gestão de resíduos, redução da poluição e conservação / preservação dos recursos naturais.
S – SOCIAL
De que maneira a organização realiza práticas socialmente responsáveis e estimula seus parceiros a desenvolverem, como respeito à diversidade, inclusão, direitos humanos, ações sociais, respeito aos direitos dos trabalhadores, relações com a comunidade, etc.
G – GOVERNANCE (GOVERNANÇA)
Adoção das boas práticas de gestão corporativa, incluindo prevenção e combate à corrupção, respeito às normas aplicáveis (compliance), estruturação e respeito aos códigos de conduta e ética, estabelecimento de mecanismos de auditoria e controles internos, etc.
As temáticas acima levantadas têm suas ISOs correlatas, a exemplo de Mudanças Climáticas, gerida pela série de normas da ISO 14064, e tantas outras que auxiliam na gestão do Pilar Ambiental, como a principal, ISO 14001. O Pilar Social, que possui as diretrizes da ISO 26000. Governança que é tema das normas ISO 37000 e ISO 37301. Este reconhecimento é fundamental para proporcionar segurança aos players de mercado, à sociedade e aos stakeholders da organização em relação ao seu compromisso com a integridade e demais assuntos relacionados ao Compliance, podendo influenciar significativamente na conquista de novas oportunidades, inclusive, reduzindo riscos reputacionais, de negócio, financeiro, dentre outros.
Nesse sentido, empresas que possuem Sistemas de Gestão Integrado, ou são certificadas em alguma norma ISO, por si só, não mostram que estão aderentes ao conceito ESG em sua abrangência, mas é um excelente indicador de boas práticas de Gestão da Sustentabilidade Corporativa.
Vantagens da Integração do ESG com o SGI
A integração desses dois temas, ESG e SGI, pode oferecer, portanto, diversas vantagens, além das já citadas anteriormente, incluindo melhorias na eficiência operacional, fortalecimento da reputação corporativa e atração de investidores responsáveis.
Desta forma, com o aumento da conscientização sobre questões ambientais, sociais e de governança, a pressão sobre as empresas em adotar práticas sustentáveis, transparência em suas negociações e responsabilidade social está cada vez maior. Nesse contexto, a integração do ESG e SGI surge como uma abordagem importante para promover a sustentabilidade empresarial.
Assim, o SGI traz a estruturação para gerenciar os múltiplos aspectos do desempenho organizacional, já o ESG fornece os critérios para avaliar o impacto social, ambiental e de governança corporativa das operações da empresa. Sendo assim, os temas se complementam e trazem uma base fundamentada e sólida para as organizações que buscam ter padrões internacionais de excelência.
Por fim, não é exclusão, e sim adição! Não é optar pelo SGI em detrimento ao ESG, ou vice-versa, mas
entender que integrar ESG e SGI, abre novas perspectivas para fortalecer a gestão e a estratégia da Sustentabilidade Corporativa.