MINERAÇÃO E COMUNIDADES

A partir de participação na 9ª Edição do Evento “Mineração e Comunidades”, evento organizado anualmente pela Brasil Mineração, com o intuito de discutir o futuro da mineração, que este ano teve como tema central “É possível harmonizar interesses? Ainda o X da Questão”, trazendo as comunidades, parte interessada fundamental do processo, para o centro dos debates, pudemos ter algumas reflexões sobre a temática.

O Desafio de Harmonizar Interesses

Em tempos passados, a relação entre mineração e comunidades era frequentemente conflituosa. As lições aprendidas ao longo dos anos evidenciam a importância do envolvimento comunitário, promovendo mudanças significativas na abordagem e conciliando interesses por meio do valor compartilhado. A indústria minerária aprendeu que o envolvimento comunitário é fundamental para alcançar seus objetivos, transformando de forma significativa a maneira como se relaciona com essas comunidades.

Benefícios do Envolvimento Comunitário

O desenvolvimento de projetos de mineração é complexo e intensivo, mas quando realizado com responsabilidade, pode criar empregos, gerar renda, estimular a inovação e trazer investimentos de longo prazo, beneficiando as comunidades. No entanto, alinhar os interesses das populações afetadas é essencial para garantir uma operação com o mínimo de conflitos possível.

O mapeamento inicial dos interesses da região permite uma compreensão precisa das preocupações locais, direcionando recursos de forma eficaz. Entender a vocação da localidade e atender aos seus interesses é fundamental para potencializar o desenvolvimento regional e minimizar os impactos do encerramento das atividades.

Estratégias para Minimizar Conflitos

Atualmente, a estratégia de diálogo e comunicação social é cada vez mais valorizada, maximizando as potencialidades dessa interação. Tem sido reconhecido pelo setor que uma escuta ativa dos stakeholders é necessária em todo o processo, desde a fase inicial de pesquisa, até o fortalecimento da comunidade para a saída do empreendimento, garantindo uma abordagem mais assertiva e responsável.

O setor minerário enfrenta desafios globais que, se não mitigados, tendem a crescer. A mineração, diferente de outras atividades, ocorre onde o minério está, muitas vezes em áreas rurais e ecologicamente sensíveis, o que torna o relacionamento com as comunidades essencial.

9ª Edição do Evento "Mineração e Comunidades" - Mesa Redonda ODS e ESG - Últimas Evoluções

A Importância dos Princípios ESG na Mineração

Com a crescente exigência do mercado e da sociedade, muitas empresas têm acelerado a implementação da agenda de sustentabilidade. Porém, posicionamentos não genuínos são rapidamente identificados, afetando a reputação. A comunicação deve ser baseada em ações consistentes que demonstrem que a sustentabilidade é um valor organizacional.

Os princípios ESG (Environmental, Social and Governance) são essenciais para decisões de investidores, focando em impactos positivos na sociedade e no meio ambiente. Um bom relacionamento com as comunidades requer envolvimento nos processos decisórios, promovendo participação, autonomia e decisões compartilhadas para um desenvolvimento sustentável.

O setor da mineração tem demonstrado que uma gestão sustentável, bem integrada à sua estratégia, além de refletir valores éticos, reduz riscos e passivos, gerando impacto positivo nas comunidades e ganhos financeiros para o negócio. Pensar sobre o legado deixado pelo empreendimento é fundamental, assegurando que os benefícios perdurem e contribuam para o desenvolvimento contínuo das comunidades locais.

Na Clam, estamos atentos a essa transformação! Contamos com uma equipe multidisciplinar especializada em ESG e Relacionamento com Comunidades, pronta para oferecer soluções customizadas.

Daniela Pedroza, Diretora de ESG da Clam; Ana Sanches, CEO da Anglo American Brasil e Presidente do Conselho Diretor do Ibram; Sérgio de Oliveira, Diretor da Brasil Mineral; e José Cláudio Vieira, Diretor Comercial da Clam
Daniela Pedroza, Diretora de ESG da Clam; Adriana Solé, Conselheira de Administração da Editora Forum; e Helga Kress, Coordenadora de Socioeconomia da Clam.

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