O presente estudo apresenta uma análise dos índices de anomalia de chuva nas bacias hidrográficas dos rios Itaúnas/Mucuri e rio São Mateus, na região norte do estado do Espírito Santo, Brasil. Foram selecionadas 9 estações climatológicas disponíveis na rede nacional de observações meteorológicas de superfície do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET). As séries históricas utilizadas foram trabalhadas entre os anos de 1989 e 2019. Foi realizada a caracterização da precipitação pluviométrica e a da determinação do Índice de Anomalia de Chuva (IAC). Os resultados mostraram que a menor precipitação média anual observada foi de 760,3 mm e a maior de 1.225,3 mm. Os meses mais secos são de maio a setembro. Quanto a caracterização das precipitações e a determinação do grau de severidade dos períodos secos e úmidos através o cálculo IAC, verificou-se uma heterogeneidade na disposição das anomalias positivas e negativas na maioria das estações estudadas. Os anos de 1991, 1992, 1998 e 2015 apresentaram maiores valores absolutos do IAC, provavelmente, sob a interferência da atuação do fenômeno El Niño de alta intensidade. O fenômeno La Niña, a partir da análise empreendida, não afetou de modo significativo a região do norte do Espírito Santo no período estudado. Verifica-se que a análise da precipitação e os resultados de anomalia de chuvas encontrados podem contribuir para um planejamento hídrico mais estratégico para a região norte do Espírito Santo, visando melhor aproveitamento dos recursos hídricos, mitigação e prevenção de danos socioambientais decorrentes da variação histórica de precipitação regional.
Palavras-chave: Anomalia; Chuva; Bacias Hidrográficas; Espírito Santo; Precipitação.
INTRODUÇÃO
O assunto escassez hídrica tem estado cada vez mais em foco no cenário nacional e internacional,
em especial na última década. Um fator que contribui de forma substancial para essa escassez é a falta de
gerenciamento adequado e eficaz dos recursos naturais. A falta da disponibilidade hídrica impacta nas
atividades agrícolas, industriais, na geração de energia, nos ecossistemas, com perdas que podem acarretar a queda de até 6% do Produto Interno Bruto (PIB) em algumas regiões do mundo (REIS, 2017).
Uma das formas preventivas encontradas para o adequado gerenciamento das atividades econômicas, industriais e agrícolas de uma região, enquanto consumidoras da água, se dá através da medição os índices de anomalias de chuvas, pois, além de ser de fácil aplicabilidade, requerendo apenas dados
pluviométricos, é também bastante preciso se comparado a outros índices (ELESBON, 2009).
O índice de anomalia de chuva (IAC) desenvolvido por Van Rooy (1965) e adaptado por um autor em 2005 deve ser compreendido como uma ferramenta que analisa a variabilidade das precipitações em determinado local durante um determinado período, extraindo-se do cálculo a percepção que permite verificar o desvio da precipitação em relação à condição normal da região (anomalias positivas e negativas).
Diante do exposto, objetivou-se neste trabalho analisar o Índice de Anomalia de Chuva e a
caracterização da precipitação pluviométrica na região norte do Estado do Espírito Santo, localizada nas Inter bacias dos rios Itaúnas/rio Mucuri e rio São Mateus.
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