Resumo
O presente trabalho teve como objetivo caracterizar o estado de eutrofização de seis diferentes locais do reservatório da Pampulha utilizando somente um dos parâmetros do índice de estado trófico – clorofila a, identificar as assembléias fitoplanctônicas e avaliar alguns parâmetros físico-químicos, como turbidez e pH da água. Foram coletadas seis amostras de água do reservatório da Pampulha. Os parâmetros biológicos avaliados foram: clorofila a e as assembléias fitoplanctônicas. Para cada amostra de água coletada foram determinados o pH e a turbidez. Os valores de clorofila a foram acima de 281 g/L que refletiram a existência de um taxon muito comum em comunidades fitoplanctônicas de ambientes eutrofizados – Cianobactérias. Foram identificadas basicamente duas espécies predominantes Microcystis aeruginosa (Cyanophyceae) e Planktothrix sp. (Oscillatoriaceae). Com relação aos parâmetros físico-químicos o pH não variou, porém a turbidez (NTU) foi alta e variou de acordo com o ponto amostrado. Foi observada uma relação linear significativa entre a concentração de clorofila a e a turbidez. O índice de estado trófico determinado pela concentração de clorofila a, basicamente de cianobactérias, indicou que todos os pontos amostrados estão hipereutrofizados. Os resultados mostraram que os pontos de visitação turística na orla da Pampulha estão próximos de regiões do ecossistema aquático em degradação ambiental.
Palavras-chaves: cianobactérias, clorofila a, índice de estado trófico, turbidez.
Introdução
A disponibilidade da água é atualmente um tema discutido em todo o mundo. Esta discussão avalia a disponibilidade hídrica de água de qualidade para diferentes utilizações, como recreação, pesca, irrigação, geração de energia e abastecimento público (Lamparelli, 2004). A forma com que o homem interfere numa bacia hidrográfica com despejos domésticos e industriais, afeta a qualidade das águas (Von Sperling, 2005). A eutrofização tem sido uma consequência das interferências antrópicas, principalmente nos lagos de regiões urbanizadas (Fragoso Júnior et al., 2007).
De acordo com Siqueira e Oliveira-Filho (2005), a eutrofização é um dos principais fenômenos causadores da redução da qualidade das águas. Em especial, o nitrogênio e o fósforo em grandes concentrações são os principais responsáveis por esse fenômeno. Os fatores de deterioração, que contém nitrogênio e fósforo, estão associados aos efluentes domésticos, industriais, agrícolas e os gerados pelas chuvas.
As águas com alta concentração desses nutrientes fazem os micro-organismos crescerem rapidamente em águas estagnadas, utilizando-se do oxigênio dissolvido presente na água. O grupo das cianobactérias é um exemplo típico de micro-organismos fotossintéticos aeróbios de águas ricas em nutrientes. A grande maioria dessas espécies tem a capacidade de fixar nitrogênio da atmosfera e, quando presente no meio aquático, possuem vacúolos gasosos que auxiliam na flutuação dos indivíduos, que se deslocam para ambientes mais favoráveis para seu crescimento (Tortora et al., 2012).
Através de diversos parâmetros pode-se qualificar a água, traduzindo suas características físicas, químicas e biológicas (Von Sperling, 2005). A determinação do pigmento fotossintético clorofila a (Cl a) tem sido utilizada amplamente na ecologia aquática como um parâmetro de eutrofização (Carlson, 1977; Toledo Jr. et al., 1983; Lamparelli, 2004, Molisani et al., 2010) importante para definir os índices de biomassa do plâncton (Mantoura et al., 1997). O índice de estado trófico é bastante utilizado em monitoramentos da qualidade das águas e também é baseado na biomassa fitoplanctônica presente em determinado corpo d’água. De acordo com a resolução brasileira (CONAMA, 2005), existe um limite para a concentração de clorofila. Para águas doces de classe I o limite é de até 10 μg/L para águas doces de classe II pode-se chegar até 30 μg/L e, finalmente, para águas doces de classe III o máximo aceitável é de 60 μg/L.
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